Angelina Freitas é uma mulher da pesca natural da freguesia de São Mateus da Calheta, na ilha Terceira. É filha de pescador e tem dois filhos, uma rapariga e um rapaz. Trabalha como gameleira desde 2001, ano em que voltou para os Açores, depois de viver grande parte da sua vida nos E.U.A. com os seus pais, marido e filhos.
A sua ligação ao setor da pesca começou por acaso. Quando regressou à sua terra natal encontrava-se desempregada e precisava da independência financeira que havia conseguido enquanto esteve fora. Foi então que decidiu aprender a fazer gamelas com o seu pai, e deste modo contribuir para o negócio da família, visto que o seu pai havia comprado um barco.
Assim, Angelina Freitas foi se apaixonando pelo trabalho que fazia, e hoje em dia refere adorar ser gameleira. Para ela fazer gamelas é uma profissão como outra qualquer, e é também uma forma de relaxar e descontrair, não a trocaria por outra.
Segundo Angelina Freitas o sector da pesca atravessa um período complicado, o mau tempo não permite que se saía para o mar, as pescarias são fracas e além disso são muitas as leis e burocracias que dificultam a permanência de pescadores e armadores neste sector tão importante.
Angelina Freitas é sócia da Ilhas em Rede, Associação de Mulheres na Pesca nos Açores, e para ela foi muito importante ter-se unido a este grupo de grandes mulheres, pois foi uma forma de se fazerem ouvir no meio de grupos maioritariamente masculinos e neste sentido, mostrar que também têm uma palavra a dizer, que também têm dúvidas e que também devem ser ouvidas e tidas em conta, pois tal como muitos homens trabalham para manter vivo o sector das pescas.
Texto e foto: Joana Medeiros